Iniciativas de incentivo à leitura têm crescido no Brasil, diz a OEI

04/10/2007 - 21h01

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As ações de estímulo ao hábito de leitura têm crescido em todas as regiões brasileiras. A constatação é da gerente do Prêmio VivaLeitura e representante da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), Rosália Guedes. “Como a qualidade dos trabalhos apresentados é boa, a gente pôde contemplar todas as regiões. E aí competindo capitais com cidades do interior. É a diversidade do Brasil”, afirmou Rosália. Este ano, foram selecionados 15 finalistas. Os projetos englobam ações implementadas em todo o país, como a Biblioteca Comunitária, de Tabuleiro do Norte (CE); o Retrato Falado, de Volta Redonda (RJ); e o Barco de Leitura, de Sena Madureira (AC). Não há concentração em uma única região do país. O Prêmio VivaLeitura faz uma espécie de panorama das iniciativas feitas no país dentro da mobilização nacional pró-leitura. O objetivo é estimular, fomentar e reconhecer as melhores experiências que promovam a leitura. A edição de 2007 recebeu um total de 2 mil inscrições e prevê anunciar, no dia 30 deste mês, as melhores ações de incentivo à leitura. Os vencedores são classificados em três categorias: bibliotecas públicas, privadas e comunitárias; escolas públicas e privadas; e organizações não-governamentais, pessoas físicas, universidades/faculdades e instituições sociais. Cada uma das iniciativas ganhadoras receberá R$ 25 mil. Esta é a segunda edição do prêmio, elaborado em conjunto pelos Ministérios da Cultura e da Educação e a OEI.A representante da OEI acredita que os projetos para estimular o hábito da leitura terão reflexo na nova pesquisa que está sendo elaborada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) sobre a quantidade de obras lidas no país. Em 2001, o índice de leitura anual do brasileiro era de 1,8 livro per capita.Para ela, as crianças de hoje têm uma nova visão sobre a literatura, e o livro não é mais encarado como um castigo. “Hoje é ler como cultura, ler como aprendizagem. Tem essa mudança social de visão do livro, essa preocupação até política”, ressaltou. Rosália disse que, nesse contexto, se insere a entrega do manual Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida hoje (4), em Brasília, durante lançamento do Programa Mais Cultura. “Quando já houve essa preocupação governamental?”, indagou.Ela salientou ainda a importância de um debate amplo sobre a questão do custo do livro para o cidadão. “Não é possível que o preço-médio de um livro seja R$ 20 ou R$ 25. Isso é caro”. Para Rosália é preciso diminuir o valor da capa dos livros o que pode ser visto como um incentivo à leitura.