Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A líder do blocogovernista no Senado, Ideli Salvati (PT-SC), confirmou, hoje, que osenador Valter Pereira (PMDB-SC) foi preterido pela base governistapara relatar os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito(CPI) que vai apurar possíveis irregularidades em repassesfederais para organizações não-governamentais(ONGs). Segundo ela, o senador "tomou atitudes públicas,com declarações e atos, mostrando claramente o seuposicionamento com relação ao governo". Na semanapassada, Valter Pereira comandou um movimento de peemedebistas queajudaram a oposição a derrubar a medida provisóriaque criava a Secretaria Especial de Planejamento de Açõesde Longo Prazo, além de 660 cargos comissionados naadministração pública federal.Em entrevista coletiva,Ideli Salvati lembrou que, pelo acordo de líderes, apresidência da CPI caberia à oposição, e arelatoria, a um senador da base governista. Ela confirmou que ocargo, agora, será entregue ao senador Inácio Arruda(PCdoB-CE). A líder do blocogovernista voltou a negar que tenha qualquer envolvimento empossíveis irregularidades praticadas pela Federaçãode Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul(Fetraf-Sul). A Polícia Federal e o Ministério Públicoinvestigam a utilização de recursos federais pelafederação utilizados para programas de treinamento dejovens de comunidades rurais."Eu não devo e nãotemo, não estou envolvida, e não tem nada referente àinvestigação que está em curso envolvendobenefício à minha pessoa ou a alguém do meugabinete, e muito menos investigação envolvendo emendaparlamentar da minha autoria para a Fetraf", afirmou. Ideliacrescentou que, entre 2005 e 2007, apresentou emendas parlamentaresde repasses de recursos para projetos de agricultura familiar em seuestado coordenados pelo Ministério do DesenvolvimentoAgrário.A senadora defendeu quea CPI trabalhe com um foco de investigação bem definidopara não repetir "a guerra política" em quese transformou a CPI dos Bingos, no ano passado. Nesse sentido, elaquestionou a possibilidade de investigação da ONGcatarinense Rede 13, que teve como coordenadora de projetos sociaisLurian Cordeiro da Silva, filha do presidente Luiz Inácio Lulada Silva.A ONG foi extinta emagosto de 2003, seis meses após a sua criação, eatuava na captação de recursos para a execuçãodo Programa Fome Zero, no estado. "Tem que ter, efetivamente,uma razão para a investigação. A Rede 13 estásob investigação? Existe algum indício deirregularidades praticadas? Então, por que investigar?",questionou a líder do bloco governista ao ser indagada, por umrepórter, sobre a possibilidade.