Ana Luiza Zenker e Verônica Soares
Da Agência Brasil/ Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - Já foram liberadas as duas equipes médicas que prestam serviço para a a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e que ficaram retidas durante quase todo o dia de ontem (3) pelos Yanomami da aldeia Papiu, na região de Surucucu, município deAlto Alegre, norte de Roraima.As equipes eram formadas por 11 médicos e enfermeiros, que estavamem troca de turno. Seis profissionais estavam saindo da aldeia, e cinco, chegando, quando os índios cercaram as duas aeronaves que fariam o transporte.Os profissionais foram contratados por meio de um convênio assinado entre aFunasa e a Fundação Universidade de Brasília (FUB). Em nota, a Funasa informou que os índios impediram a saída da equipe de atendimento médicopor causa da falta de repasse de verbas e atraso no pagamento dossalários dos prestadores de serviço.De acordo com a Coordenadora do Distrito Sanitário Yanomami, JoanaClaudete Schuertz, os índios sabiam do atraso nos repasses do convênio etemiam ficar sem atendimento médico na aldeia. Ela diz que ontem nãohouve ameaça de greve por parte dos funcionários da FUB, mas "eles [osmédicos e enfermeiros] chegaram a conversar um dia que podiam parar porfalta de salário". A Funasa nega que tenha havido qualquer comunicaçãooficial de possibilidade de greve.De acordo com a nota à imprensa divulgada pela Fundação, as duas equipese as aeronaves foram liberadas depois do anúncio do repasse dosrecursos, no valor de R$ 2,8 milhões, para o pagamento dos profissionais.Depois da liberação e da troca de turno dos 11 profissionais que estavamna área, seis voltaram a Boa Vista (RR) e cinco permaneceram naregião para dar continuidade ao atendimento médico à comunidade.