Isabela Vieira
Enviada especial
Maceió - A técnica de enfermagem, Vanibete Maria dos Santos, trabalha há 29 anos em um pronto-socorro da capital alagoana. Ela recebe os pacientes da emergência e oferece uma assistência fundamental para quem aguarda um médico. Há 14 anos sem aumento e com remuneração de um salário mínimo, a técnica está em greve.Hoje (4), ela participou de uma mobilização no centro de Maceió, sede da 6ª Conferência Estadual de Saúde de Alagoas, que busca soluções para os principais desafios do Sistema Único de Saúde (SUS).Sob uma tenda, Vanibete e outros profissionais de saúde ofereceram verificação de pressão, informação sobre os riscos da obesidade e orientações sobre alimentação adequada. "Assim, as pessoas dão um pouco de atenção à própria saúde e à crise que vive o estado", diz a técnica de enfermagem.De acordo com o Movimento Unificado da Saúde de Alagoas, 8,5 mil profissionais da área estão em greve no estado. A paralisação é por tempo indeterminado. Um das principais reclamações dos servidores está relacionada à política de concessão de benefícios para médicos."Reivindicamos uma reposição salarial de 40%. Como o governo atendeu os médicos com 39%, queremos o mesmo valor", destaca o representante do movimento, Cícero Lourenço, para quem o SUS funcionará bem quando os servidores de todas as categorias forem tratados com respeito.Os médicos de Alagoas conquistaram reajuste salarial em agosto, após três meses de paralisação. A greve dos outros servidores de nível médio e superior começou há 40 dias. Para o secretário estadual de Saúde, André Valente, a proporcionalidade reivindicada por eles é irreal."São várias categorias, cada uma tem seu piso. Algumas categorias que estão bem próximas ao piso e um aumento de 40% estaria bem acima do normal", afirma Valente, que deve se reunir ainda hoje com representantes dos servidores. "Vai existir uma última proposta do governo. Nós chegamos ao nosso limite. A partir daí, realmente não tem como avançar muito mais. Chegamos no nosso limite."