Jobim diz que manifestação da federação de controladores faz parte do jogo corporativo

04/10/2007 - 14h18

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Defesa,Nelson Jobim, rebateu a afirmação do presidente daFederação Internacional de Controladores de TráfegoAéreo (Ifatca), Marc Baumgartner, de que ''é umaquestão de tempo para que um novo acidente aéreo voltea acontecer no Brasil''. Na opinião doministro, a manifestação da federação fazparte de um “jogo corporativo” dos controladores. “Essamanifestações tem um objetivo político de criarum ambiente para resolver questões salariais”, disse oministro, acrescentando: “Não podemosatribuir isenção alguma a este tipo de manifestação”.Segundo matériapublicada pela BBC Brasil, Baumgartner afirmou que as ForçasArmadas investiram “muita energia para prender e perseguir os seuspróprios funcionários. Mmas nenhuma energia paracorrigir as falhas que possui em seu sistema [aéreo]''. Opresidente do Ifatca diz ainda, segundo a matéria da BBC, que o sistema aéreo apresenta falhas e oradar não “vê” o avião constantemente. Em entrevista aemissoras de rádio parceiras da Radiobrás, o ministrogarantiu que há segurança no espaço aéreoe que todos os aviões são monitorados porradares em altitudes acima de 10 mil metros. Abaixo dessa altitude, segundo Jobim, o controleé feito por aviões de monitoramento das ForçasAérea. “Temos a segurançado sistema, mas ainda não conseguimos ter a percepçãodas pessoas de que o sistema é seguro. Essa percepçãose dará pela regularidade, pontualidade e pela eficáciado sistema”, afirmou Jobim. O ministro disse aindaque a solução da crise aérea precisa de “umpouco mais de pressa”, mas que para isso é necessária arecomposição da diretoria da Agência Nacional deAviação Civil (Anac).Sobre o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, que isentou a Anac e a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) de responsabilidade no acidente com o avião da Gol,  Jobim disse que cabe à comissão discutir  a situação do passado e a ele o futuro.  "Uma coisa sãodecisões políticas que tomam na CPI. Outra coisa sãoas decisões administrativas que tenho que tomar no ministério.Há linhas distintas de ação. Não cabe amim fixar responsabilidades ou acusar ninguém. Cabe a mim resolverproblemas do futuro e não ajustar contas com o passado. As CPIsé que examinam questões do passado. Essas questõesde responsabilidade não são funções das CPIs, que podem sugerir que o Ministério Público promovaas suas denúncias".