Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Entre os mais de 189 milhões de brasileiros, “nóstemos cerca de 26 milhões de leitores ativos, que é aquele leitor que lê pelomenos três livros por ano. É muito pouco”. A afirmação é do diretor-executivoda Câmara Brasileira do Livro (CBL), Armando Antongini. Segundo ele, paraaumentar o número de leitores no país é importante desenvolver o hábito daleitura desde a infância. No próximo ano, aCBL deve divulgar uma nova pesquisa que vai traçar o retrato da leitura noBrasil. De acordo com o último estudo disponível da Câmara Brasileira do Livro (CBL), cada brasileiro lê, emmédia, 1,8 livro por ano.Segundo o diretor-executivo, “vai haver umaumento nesse índice”, embora o Brasil ainda permaneça distante dos númerosobservados nos Estados Unidos (cinco livros per capita) ou na Europa (entrecinco a oito livros lidos por habitante, dependendo do país).A ampliação do índice de leitura no Brasilse justifica, na análise do diretor-executivo da CBL, em razão do significativonúmero de atividades da área do livro e da leitura realizadas no períodoentre uma pesquisa e outra.“Muitas organizações não-governamentaistrabalhando, as nossas Bienais do Livro do Rio de Janeiro e de São Paulo têmcrescido de forma incrível de ano para ano. Já foram catalogadas peloMinistério da Cultura cerca de 150 feiras de livros importantes, fora asbienais, no Brasil inteiro. Também as universidades e as escolas fazemfeiras de livros a toda hora”, destacou.Antongini informou que o total de livrosproduzidos na América do Sul “não chega à quantidade de livros produzidos noBrasil. Se você incluir o México, aí sim, é um número comparável à nossaprodução editorial, somando todos os países”. Segundo o diretor-executivo, a produção brasileira delivros atinge em torno de 350 milhões de exemplares/ano. Em termos de índice deleitura, a CBL estima que na América do Sul o resultado não seja muitodiferente do Brasil. A única exceção é a Argentina, onde sempreexistiu uma tradição forte pela leitura, disse Antongini. O diretor daCâmara não soube precisar, entretanto, qual é o índice de leitura entre osargentinos.Hoje (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do lançamento do Programa Mais Cultura, conhecido como PAC da Cultura. A iniciativa faz partede um conjunto de programas desenvolvidos por diversos ministérios etem como diretrizes a garantia do acesso aos bens culturais, aqualificação do ambiente social das cidades e a geração deoportunidades de trabalho, emprego e renda. Com investimentos previstosde R$ 4,7 bilhões até 2010, o programa busca promover a diversidadesociocultural, a cidadania e a inclusão social.