Dilma defende reflexão sobre concessões de TV

04/10/2007 - 17h32

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra-chefe daCasa Civil, Dilma Rousseff, defendeu hoje (4) umareflexão sobre novos marcos regulatórios para as concessões deemissoras de televisão, “porque o mundo está muitodiferente daquele que tínhamos no final dos anos 90, porquetemos a convergência de mídias”.Durante sabatina dojornal Folha de S. Paulo, a ministra explicou como as novas tecnologias podem interferir neste assunto.  Ela lembrou que é possível acessar canais de rádio e televisão pela internet é previu que, através da adoção dopadrão digital de televisão, sinais sejam emitidos diretamente para telefone celular."Não sóa digitalização, mas o uso da banda larga e dasplataformas que a internet possibilita, têm levado àtelefonia fixa e celular a produção de sinal detelevisão por radiodifusão", afirmou."A convergênciade mídia tende a exigir de nossa parte uma reflexão arespeito das diferentes mídias e de como elas seinter-relacionarão. E como nós incentivaremos maisconteúdo local, mais produçãonacional de conteúdo, mais diversificação dessaprodução e mais regionalização".As concessõespúblicas de rádio são válidas por dez anose de televisão, por 15. O governo deve, então, avaliar o conteúdo veiculado nas emissoras, a responsabilidadesocial das empresas e a regularidade fiscal, conforme determina aConstituição. De acordo com levantamento do FórumNacional pela Democratização da Comunicação(FNDC), vencem amanhã as outorgas de 28 emissoras de TV e 153 derádio. No último dia 28, o presidente da Câmara,Arlindo Chinaglia (PT-SP), descartou a possibilidade de o Congresso nãorenovar concessões de TV.Dilma Rousseff defendeuque no processo de liberação da associação dos canaispagos às empresas de telefonia, é preciso escutar todosos agentes, sem supor que todos terão opiniõesiguais. Segundo ela, o papel dogoverno é definir uma posiçãoque atenda aos interesses da sociedade, sem se posicionar, mas comvisão estratégica. "A discussão estácolocada. O governo abriu a discussão sobre os marcosregulatórios porque se não fizermos agora, seremosatropelados pela realidade indisciplinada".Ao ser questionada seacha a imprensa golpista em determinadas situações,a ministra disse que o governo Luladá um valor fundamental para a liberdade de imprensa. Mas ressaltou o fato de, em alguns momentos, não encontrarnenhum ponto positivo nas realizações do governo. "Agente sabe que isso não é real. Então, emrelação a alguns posicionamentos , nós divergimosda avaliação que segmentos da mídia fazem.Mas isso não leva a nenhuma desconsideração pelopapel estratégico e fundamental e fundador da democracia que éo da liberdade de imprensa e a livre manifestação".