Renato Brandão e Paulo Montoia
Da Agência Brasil
São Paulo - O custo médio da cesta básica subiu em 14 das 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).Segundo dados divulgados hoje (4) pela entidade, todas acumulam alta no custo da cesta básicano acumulado dos primeiros nove meses do ano. Os percentuais variam de 2,75%, emBrasília, a 15,85%, em Natal.Em setembro, a cesta ficou mais barata apenas em João Pessoa, onde houve queda de 4,36% e em Recife, onde baixou 2,75%. As maiores altas percentuais foram registradas em Fortaleza (4,39%); em Vitória (4,29%); e em Aracaju (4,20%).No mês passado, as cestas mais caras foram as de Porto Alegre (R$ 206,78); São Paulo (R$ 194,34), Rio de Janeiro (R$ 187,95) e de Florianópolis (R$ 184,95). As mais baratas foram as de João Pessoa (R$ 144,64); Recife (R$ 145,15); Fortaleza (R$ 147,75); e Salvador (R$ 148,06). A alta nos alimentos decorre das secas prolongadas. No caso do arroz,pela seca no cultivo e, agora, pelo atraso no plantio por causa das cheias noRio Grande do Sul.Para o economista da entidade responsável pela pesquisa, José MaurícioSoares, a inflação neste momento não preocupa. “Ainda não é[preocupante] porque há outros itens que compensam [aqueles quesobem]. Mas é evidente que se continuar assim, a inflação poderá afetaroutros itens não-alimentares, como bens e serviços”.O único produto a subir de preço em todas as capitais foi o óleo desoja. Arroz, feijão, carne, pão e leite foram produtos que ficaram maiscaros em pelo menos 12 das 16 capitais pesquisadas. Apenas o açúcar e abatata registraram quedas de preço em setembro na maioria das capitais.Em 14 capitais pesquisadas pelo Dieese, o trabalhador que ganha o salário mínimo vigente (R$ 380) pôde adquirir duas cestas com o valor líquido recebido, após os descontos legais.