Mantega mantém meta de inflação ao comentar avaliação do FMI

18/09/2007 - 23h55

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou hoje (18) uma avaliação positiva sobre a economia brasileira. No relatório em que faz a revisão anual da economia brasileira, o Fundo elogiou a atuação da equipe econômica e disse que o país "está colhendo os resultados de um impressionante esforço fiscal, de uma política monetária sólida e da redução das vulnerabilidades".Ao comentar o documento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi taxativo: a meta de inflação está definida em 4,5% para os próximos três anos.

O documento diz que, por causa do bom desempenho da economia e para que o Brasil possa alcançar um crescimento sustentado, alguns diretores do FMI sugeriram a manutenção da trajetória de queda da taxa básica de juros, a Selic, e a redução da meta de inflação.

"Manter um baixo índice de inflação permanece uma prioridade", diz o texto, que afirma ainda a necessidade de se continuar vigilante: "Com a inflação e a expectativa de inflação abaixo da meta, alguns diretores sugeriram alguma diminuição na meta de inflação".

Segundo o relatório, outros diretores preferiram a manutenção da atual meta, de 4,5%, para permitir uma maior margem de manobra em caso de possíveis choques externos.

Mantega afirmou que os elogios feitos pelo FMI à economia brasileira se somam aos de muitos outros analistas. "Ele faz um comentário positivo sobre o Brasil e vem se juntar a vários outros analistas e comentaristas internacionais, que têm avaliado muito bem o Brasil e recomendado para o grau de investimento", disse, em referência à melhora dada por agências de classificação de risco à nota do Brasil quanto a sua capacidade de honrar compromissos.

O grau de investimento é o mais elevado e indica que o investidor pode aplicar os seus recursos num país sem receio de calotes.

Sobre a sugestão do Fundo, de manutenção da queda da taxa Selic, o ministro disse que evita falar sobre o assunto, de responsabilidade do Banco Central. Mas comentou que a inflação – principal foco do BC ao decidir sobre a taxa básica – não sofre ameaças, indicando que há espaço para novas reduções.
O relatório também elogiou os esforços feitos pelo governo para realizar os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Projeto Piloto de Investimento (PPI). E diz que o país deve buscar incrementar os investimentos em infra-estrutura para alcançar o desenvolvimento sustentado e a redução da pobreza.
O FMI realizou a avaliação sobre o Brasil em julho. Em agosto, o diretor-gerente do Fundo, Rodrigo de Rato, esteve no país para conferir os números e só ontem o relatório foi concluído.