Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) no Paraná, se reúnem nesta manhã em frente à sede dos Correios, em Curitiba, onde estão acampados há seis dias, desde o início da paralisação. De acordo com levantamento do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) a greve já mobiliza 85% dos 6 mil funcionários das 360 agências do estado. “Será que a direção da empresa não consegue ver o prejuízo e os transtornos quando deixam de ser entregues diariamente, como é o caso do Paraná , cerca de 1,8 milhão de correspondências simples, 60 mil registradas, e 30 mil Sedex?” - questiona o diretor de Finanças do Sindicato , Sebastião Cruz. Segundo o sindicalista, é praticamente certo que a decisão da assembléia seja pela continuidade da greve, já que a direção dos Correios fez poucas modificações, desde a última proposta, rejeitada pela categoria. Os trabalhadores reivindicam R$ 200 de aumento real linear, além da reposição das perdas salariais. Conforme cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), as perdas acumuladas desde 1994 totalizam 47,77%. “A empresa recuou da intenção inicial de reduzir os direitos na área de assistência médica, mas segue oferecendo um reajuste de apenas 3,74%, R$ 50 de aumento real em janeiro de 2008 e um abono de R$ 400”.Dos 26 estados brasileiros, apenas três não aderiram à paralisação: Espírito Santo, Sergipe e Roraima. Um levantamento elaborado pelo Sintcom-PR mostra que o salário médio pago pelos Correios é o menor entre todas as empresas da administração pública federal. Os Correios são o maior empregador em regime CLT do país: são cerca de 110 mil pessoas trabalhando. De acordo com o sindicato, desse total, 56 mil recebem salários inferiores a R$ 800. Um carteiro recebe salário inicial bruto de R$ 524,08.