Para relator, pista de Congonhas não teve “contribuição determinante” para acidente

18/09/2007 - 16h08

Juliana Andrade e Marcela Rebelo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O relatóriofinal da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) doApagão Aéreo da Câmara dos Deputados, apresentadohoje (18) pelo deputado Marco Maia (PT-RS), enfatiza que a condiçãoda pista principal do Aeroporto de Congonhas não teve“contribuição determinante” para o acidente com oAirbus A320, da TAM. À época, a pista passava porreformas e estava sem o grooving (ranhuras na pista que ajudam noescoamento da água e na frenagem das aeronaves).Para o relator, aqualidade do piso não foi “determinante”, mas nãodeixa de ser um dos fatores que contribuíram para o maioracidente da aviação brasileira. Essa avaliaçãoconsta do relatório “pelo fato de a pista principal terapenas 1.940 metros e não contar com áreas de escapenas cabeceiras”, o que teria sido mais importante, segundo odeputado.No relatório,Marco Maia lembra que inicialmente uma provável aquaplanagemdo Airbus - provocada pela falta de grooving foi apontada como fatordeterminante para o destastre aéreo. Mas, segundo o relatório,com o aprofundamento das investigações, váriosoutros fatores passaram a ser considerados contribuintes para oacidente, “relativizando a influência do estado da pista paraa ocorrência da tragédia”.No início damanhã de hoje, em entrevista à Rádio Nacional, orelator já havia informado que até agora asinvestigações apontam para falha mecânica doavião. “Nossa convicção tem aumentado nosentido de identificar que o que de fato aconteceu naquele acidentefoi uma falha do equipamento da Airbus. Isso nós iremosaprofundar até quinta-feira e nossa idéia e apresentarde forma conclusiva essa percepção”.O relatóriofinal da CPI cita um documento da Agência Nacional de AviaçãoCivil (Anac) que já apontava um problema de segurançaoperacional do Aeroporto de Congonhas. “Quando observadas asquestões de segurança operacional dos aeroportos daárea terminal São Paulo, pode-se considerar que oAeroporto de Congonhas é o que apresenta maiores problemasquanto a sua adequação”, registra.Na primeira das cincopartes do relatório, o deputado questiona os motivos quelevaram um aeroporto deste tipo, com limitações desegurança, se transformar no maior centro de distribuiçãode vôos (hub, pelo termo técnico) da aviaçãobrasileira. Segundo o relatório, a primeira constataçãoé que, diante da falta de um plano aeroviário nacional,interesses comerciais das empresas aéreas e da comodidade dospassageiros foram configurando a malha aérea e dandoimportância ao aeroporto.