Mais quatro PMs acusados de favorecer o tráfico são presos no Rio e interrogatório é adiado

18/09/2007 - 20h38

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O interrogatório dos policiais militares acusados de favorecer traficantes em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, teve que ser adiado para esta quarta-feira (19), a partir das 13 horas, porque segundo o delegado André Drumond, a PM alegou não ter recebido documento formal para a liberação dos dez primeiros depoentes. Drumond criticou o excesso de burocracia, que impediu o interrogatório marcado para a tarde de hoje, quando mais quatro policiais se apresentaram e foram presos, totalizando agora 56 detidos. Ele informou que ainda faltam dois policiais e um ex-policial, que seria agente penitenciário, para que sejam cumpridos todos os mandados de prisão contra militares, além de dois traficantes, que continuam foragidos.A operação que desmontou um esquema de corrupção envolvendo policiais militares e traficantes foi deflagrada ontem (17), com a prisão de 52 policiais e cinco traficantes flagrados em escutas telefônicas quando combinavam o recebimento de propinas em valores que iam de R$ 2 mil a R$ 3,9 mil.Em dois casos, de acordo com o delegado, eles soltaram traficantes que haviam sido presos, por valores que chegavam a R$ 8 mil. Os policiais pertencem ao 15º Batalhão e correspondem a quase 10% do efetivo da unidade.Segundo a Corregedoria da Polícia Militar, desde 2004 foram expulsos 637 homens da corporação por faltas disciplinares graves – 161 só neste ano. E o número de procedimentos apuratórios – incluindo averiguações, inquéritos policiais militares (IPMs) e sindicâncias – chegou a 39.043, o que representa uma expulsão a cada 61 casos de transgressão disciplinar.Em nota publicada hoje no site do governo do estado, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirma que os policiais militares presos serão expulsos da corporação. E que nos próximos dias será pedida a prisão preventiva, para que eles permaneçam por no mínimo 30 dias à disposição da Justiça.