Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os ministérios da Educação e da Saúde instalaram uma comissãointerministerial que será responsável por traçaras diretrizes, nas áreas de formação em saúde,dos cursos de residência médica, especializaçãoe pós-graduação. Também ficará acargo da comissão o reconhecimento e a renovaçãode cursos superiores. Oministro da Educação, Fernando Haddad, falou que entreos principais motivos para a criação da comissãointerministerial está a necessidade de adequar os cursos deformação profissional a realidade vivida pela saúde.“Onosso objetivo é, em primeiro lugar, ajustar a oferta deeducação na área de saúde de acordo comos propósitos do Sistema Único de Saúde. Emsegundo lugar, fazer com que a saúde pública seaproxime do ambiente da escola. O que queremos é ter umaagenda comum de trabalho para que nós do ministério daeducação possamos atender adequadamente a demanda dosistema e o sistema de saúde possa atender a demanda dosistema educacional”, diz.ParaHaddad, os cursos na área de saúde precisam se“adequar” a nova realidade do envelhecimento da populaçãoe da queda da natalidade. “Tudo isso precisa ser adequado, tanto nasaúde, quanto na educação”. Oministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse quea criação da comissão permitirá traçarum perfil da qualidade e da quantidade dos profissionais do futuro.Ele salientou a redução no número de brasileirosque nascem a cada ano e a tendência de envelhecimento rápidodessa população. E destacou a preocupaçãodos dois ministérios com a formação de profissionais especializados em profissões para o futuro.“Hojenão tem, por exemplo, especialistas que trabalham com idosos,sejam médicos, enfermeiros ou cuidadores. Então tem umagrande demanda e o aparelho formador não está formandoesse especialista. Continua formando pediatras, por exemplo, quandonós sabemos que daqui a alguns anos o mercado para pediatriaserá reduzido”, enfatizou o ministro da Saúde.Deacordo com dados do Ministério da Saúde, os idososrepresentam cerca de 18 milhões de brasileiros. A cada ano,mais de 650 mil pessoas ultrapassam os 60 anos. Umestudo realizado pelo Ministério da Educação, emparceria com o Ministério da Saúde mostra que em poucomais de cinco anos, o número de vagas em cursos superiores emsaúde praticamente dobrou no Brasil. As universidades oferecempor ano 430 mil vagas em vestibulares, nas 14 áreas de saúde.Oestudo mostrou que, em 2000, as universidades do paísofereceram 9.906 vagas para o curso de medicina. Em 2004, esse númerofoi para 14.102, ou seja, um aumento de 42,36%. Em farmácia, onúmero de vagas oferecidas, em 2000, foi 14.593, e, em2004, essa oferta subiu para 27.769 vagas - 90,29% de aumento.Enfermagem registrou aumento de244,81%. E biomedicina um aumentode 737,55%.