Temporão descarta intervenção nos hospitais do Nordeste

21/08/2007 - 14h31

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, descartou intervenção federal nos hospitais de estados do Nordeste que enfrentam paralisação de médicos.O ministro argumentou que a experiência de 2005, quando o governo federal interveio em hospitais do Rio de Janeiro, não apresentou resultados positivos e, por isso, disse, não deve ser considerada uma saída (intervenção) para o Nordeste. "A experiência do Rio mostrou que toda intervenção é muito dramática e os resultados ficam aquém do que se considera razoável. A saída é o trabalho conjunto", disse Temporão, após reunião com o ministro Walfrido dos Mares Guia, da Secretaria de Relações Institucionais, no Palácio do Planalto.O Ministério da Saúde liberou ontem (20) R$ 26 milhões para o governo de Alagoas contornar a crise no sistema de saúde. A greve dos médicos já dura quase três meses, e muitos pediram demissão. Temporão alertou que o dinheiro não poderá ser usado para reajustar o salário da categoria, que pede 50% de aumento. A oferta do governo estadual é de 5%."O governo federal não tem com intervir nessa situação. O ministério não pode liberar recursos para que o estados aumentem os salários dos funcionários. As próprias normas e regras de repasse financeiro não permitem isso", disse, reconhecendo que o salário dos profissionais alagoanos é baixo, cerca de R$ 1.200 mensais.Do total liberado pelo governo federal, R$ 3 milhões são para financiamento da gestão e R$ 23 milhões para procedimentos de média e alta complexidade. O governo de Alagoas decretou estado de calamidade pública, o que permite a contratação temporária de funcionários.Os estados da Paraíba e Pernambuco também enfrentam problemas no setor. Segundo o ministro, já foram liberados recursos para o governo de Pernambuco, porém não informou o montante. Temporão anunciou que até o final do ano o ministério liberará mais R$ 540 milhões para os estados para ações de média e alta complexidade.