Felipe Yapur
Agência Télam
Caracas (Venezuela) - A poucas horas do final da concessão da emissora privada de televisão RCTV, da Venezuela, militantes e organizações aliadas ao presidente Hugo Chávez começaram a se concentrar nas praças de Caracas para apoiar a decisão de utilizar essa freqüência para um canal estatal (Tves). E a oposição anunciou a realização de panelaços para repudiar a decisão governamental. Veja fotos no banco de imagens.A convocação de setores da oposição para resistir à decisão do governo e o anúncio de Chávez sobre uma possível sabotagem da transmissão da nova emissora pública geraram inúmeros rumores sobre o que pode acontecer à meia-noite, quando o sinal da TVes deve substituir o da RCTV.Será o final das transmissões do canal que favoreceu e promoveu de maneira mais explícita o golpe de Estado contra Chávez em abril de 2002.Chávez, que marcou presença nos meios de comunicação através da transmissão de seus atos em cadeia nacional, pediu que a oposição acate as decisões do Estado venezuelano frente aos possíveis atos de desestabilização.“Convoco os setores oligárquicos e da direita venezuelana a aceitar as decisões que, sob o marco da legalidade e da constitucionalidade, o governo tomou", disse o presidente durante a inauguração de um centro de saúde.“Como Estado, devemos garantir que não se produza desordem no país. Sabemos que planejaram sabotar a entrada no ar do novo canal. Se ainda têm esses planos, recomendo que não façam”.Chávez concluiu: “Eles têm um plano de ataque e nós, um de contra-ataque. Se alguém quer cometer delitos de instigar a violência, o mais lógico é aplicar o peso da lei”.O presidente ratificou también que a decisão de não renovar a concessão do grupo econômico 1 Broadcasting Caracas (1BC), que explora o sinal RCTV, está fundamentada na avaliação que o Executivo fez da empresa, e de como usou o espectro radioelétrico durante a concessão. “Nós analizamos que contribuição a RCTV dava ao povo venezuelano e concluímos que sua responsabilidade social é praticamente nula".O sinal da TVes será inaugurado com uma programação musical, segundo informou a presidente Lil Rodríguez, jornalista de longa trajetória na Venezuela. Até que chegue este momento, tanto chavistas quanto opositores realizarão manifestações nas ruas.