Reforma do Conselho de Segurança, aquecimento global e Haiti são prioridades do Brasil na ONU

27/05/2007 - 15h34

Spensy Pimentel
Enviado especial*
Porto Príncipe (Haiti) - Anunciada em janeiro como a novaindicada para representar o Brasil junto àsNações Unidas, a diplomata Maria Luiza Viottiprepara-se para assumir o posto em Nova York nas próximassemanas e já anuncia algumas prioridades do paíspara os próximos anos.Segundo ela, o trabalho deestabilização do Haiti, a reforma do Conselho deSegurança da ONU e os esforços internacionais paraconter o aquecimento global estão no topo da agenda brasileirapara o próximo período.Viotti, que deixa o cargo de diretorado Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty paraassumir o novo posto, diz que o debate sobre a participaçãode países em desenvolvimento como membros permanentes doConselho de Segurança está em pleno andamento. “Temhavido uma nova dinâmica nesse debate”, diz ela. O Brasilreivindica uma dessas novas vagas no conselho.“O debate continua vivo. Háuma revalorização entre os membros do G4 de sua atuaçãoconjunta, uma rearticulação desses países”, diz ela,em referência ao grupo formado por Brasil, Índia,Alemanha e Japão para articular a reforma no conselho. “Houve uma reunião de altos funcionáriosdo G4, no último dia 19. Foi muito importante para relançaros objetivos do grupo, a plataforma desses países em relaçãoà reforma, de maneira que estamos confiantes de que haverádesdobramentos importantes a curto e médio prazo.”A diplomata rechaça críticasrecentes de analistas, pelo fato de o Brasil sóhaver mandado dois representantes à última reuniãointernacional sobre as mudanças climáticas, naTailândia. “Nós temos encaminhado essa questãocom grande prioridade no Brasil. Seremos vítimasdesse fenômeno, em função do impacto que terápara vastas regiões do Brasil, de maneira que nós temostodo o interesse em continuar a participar de forma muito ativa nasconversações sobre o tema.”Viotti diz não crer que o Brasilpossa ser considerado “vilão” do clima, por causa doprocesso de desmatamento em regiões da Amazônia. “Eucreio que tem havido um reconhecimento de que temos feito esforçosimportanes no Brasil para deter o desflorestamento. Tem havidoresultados importantes nessa área, uma reduçãono ritmo do desmatamento no país, e nós temoscontribuído para a redução do aquecimentoglobal, através de fontes renováveis de energia,biocombustíveis etc.”