Elaine Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - No Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, uma manifestação pelo direito ao aborto será realizada amanhã (28), às 16h, em frente à Praça Ramos de Azevedo, no centro da capital paulista. Sonia Coelho, assistente social e integrante da Sempreviva Organização Feminista (SOF), disse que o movimento também pretende mo mesmo dia lançar o Comitê de Luta pela Legalização do Aborto, reunindo várias entidades e organizações sociais como a Marcha Mundial de Mulheres, a União Brasileira de Mulheres, a Liga Brasileira de Lésbicas e o Fórum Estadual de Mulheres Negras-RJ.“Esse não é um ato massivo. É um ato mais de liderança”, explicou Sonia Coelho, em entrevista à Agência Brasil. De acordo com ela, a manifestação de amanhã (28) deixará de lado os discursos e buscará o diálogo com as pessoas nas ruas, através de performances musicais e teatrais.Para Sonia Coelho, o aborto além de ser uma questão de saúde pública também tem seu lado da autodeterminação da mulher. “Um aspecto fundamental para nós é que as mulheres, na sociedade, tenham o direito de decidir sobre a sua vida, tenham direito à autonomia, à autodeterminação". “Nós não defendemos o aborto como método contraceptivo”. Mas em uma gravidez indesejada, acreditamos que o último recurso tem que ser o aborto e não a imposição daquela gravidez para a mulher como forma de castigo ou qualquer outra coisa”, explicou.Ela revelou que o movimento das mulheres vai se reunir sempre no dia 28 de cada mês, até setembro, quando se comemorará o dia latino-americano de luta pela legalização do aborto.Sonia Coelho informou que está na pauta do movimento solicitar ao Executivo que apóie a aprovação de projeto que pede a descriminalização do aborto praticado até a 12ª semana de gestação.Segundo ela, essa proposta foi apresentada em 2005 pela Secretaria Especial de Política para as Mulheres.“Também queremos que o Executivo tenha ações de educação e formação dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) para que atendam dignamente as mulheres que fazem aborto clandestino”, disse.