Movimentos sociais e governo voltam a discutir situação em Tucuruí na quarta-feira

27/05/2007 - 11h26

Edla Lula e Alessandra Bastos
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Representantes do governo e dos movimentos sociais que organizaram a invasão à Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, reúnem-se na próxima quarta-feira (30), em Brasília, para discutir melhorias nas condições de vida das populações que residem nas comunidades em torno da barragem da usina.Segundo o secretário-adjunto da Secretaria-Geral da Presidência, Geraldo Magela da Trindade, estarão em discussão, entre outros assuntos, o sistema de telefonia pública para a população e o programa de alfabetização de jovens e adultos.Em conversa telefônica com a Agência Brasil, Magela também criticou a invasão da hidrelétrica, liderada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e peloMovimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que começou na últimaquinta-feira e durou menos de 24 horas."Sempre existiu um diálogo permanente entre o governo e o movimento. Por isso, consideramos aquele ato exagerado", disse o secretário, que qualificou a manifestação como "um ato desnecessário e até arriscado" porque pôs em risco muitas vidas, além do próprio patrimônio público. "Achamos que as manifestações são legítimas, mas é preciso um mínimo de razoabilidade, dentro dos limites da lei, sem colocar em risco as vidas e os patrimônios do povo brasileiro".O MAB denuncia as conseqüências da falta de um estudo dos impactosambientais antes da construção da hidrelétrica. Entre elas, odeslocamento da população na área de inundação e o desaparecimento dapescaria que tradicionalmente sustentava a região.Omovimento pede ao governo a criação de um plano de desenvolvimentosustentável, educação de qualidade no campo e construção de poçosartesianos.A liderança do MAB no estado do Pará, Elvanice de Jesus Furtado, nãodescarta uma nova ocupação. Na sexta-feira, após uma reunião que não trouxe avanços para o impasse, ela disse que, se persistir o impasse, “mobilizaro povo novamente é a única solução que se tem”.