Delegado pedirá mais tempo para apurar atuação de Sanguessugas no governo FHC

26/12/2006 - 0h18

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O delegado da Polícia Federal Diógenes Curado pedirá na tarde dehoje (26) mais tempo à Justiça Federal para concluir o inquérito que investiga oenvolvimento do empresário Abel Pereira no esquema de vendasuperfaturada de ambulâncias por meio de emendas parlamentares. Pereira é acusado de ser elo do esquema dos "sanguessugas" durante o governo Fernando Henrique Cardoso.Segundoo delegado, esse é o segundo pedido de prorrogação."É uma questãoprocessual. Tenho que checar mais dados, e há mais pessoas a seremouvidas", afirmou Curado à Agência Brasil.O pedido será encaminhado à JustiçaFederal em Cuiabá. O delegado disse que enviará também um documentoexplicando o que foi investigado até agora. "Não chega a ser umrelatório parcial. É apenas um despacho", explica. O inquérito foi abertoem setembro e, segundo a Polícia Federal, o empresário teve um processoà parte por ter sido citado nos depoimentos dos principais personagensdo esquema investigado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dosSanguessugas. Abel Pereira é suspeito de intermediar licitaçõessuperfaturadas na gestão do ex-ministro da Saúde Barjas Negri, do PSDB.Os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da Planam, empresaenvolvida no esquema de venda superfaturada de ambulâncias paraprefeituras, disseram em juízo que Pereira teria ligações com o esquemano governo anterior. Em depoimento à Polícia Federal e à CPMI dos Sanguessugas, o empresário negou ter influência no ministério. O ex-ministro também negou conhecer o esquema de favorecimento.O relatório final da CPMI pediu o indiciamento do empresário Abel Pereira ao Ministério Público.