Mulheres negras ainda são maiores vítimas de desigualdades no trabalho, revela estudo

16/11/2006 - 23h37

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As mulheres negras continuam sendo as mais atingidas pela desigualdade degênero e raça no mercado de trabalho brasileiro. Estudo divulgado hoje pelaOrganização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que a taxa de desemprego para essesegmento passou de 10% em 1992 para 15,8% em 2005, com crescimento 58%.Entre os homens negros, o desemprego passou de 6,3% para 8,5% no mesmoperíodo, o que representou um aumento de 33,9%. No mesmo período as taxas dedesemprego para mulheres cresceram 38,8%, (de 8,2% para 11,4%) e para os homensbrancos, 25,8%. (de 5,2% para 6,5%).De acordo com o relatório a desigualdade também se expressa nos salários. AOIT se baseia no conceito de mediana dos rendimentos, o valor máximo pago àmetade da população que está no mercado de trabalho. Os brancos ganhavam 485,00em 92 e 504,00 em 2005, enquanto os negros recebiam 266 e 308 no mesmo período.O relatório da OIT, divulgado hoje (17), se baseou nosdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e da Pesquisa de Emprego eDesemprego (PED), do Departamento Intersindical de Estatísticas e EstudosSocioeconômicos (Dieese). O estudo avalia a evolução do emprego no mercado detrabalho e os resultados obtidos com as políticas públicas de conscientizaçãoda sociedade e de inclusão social.