Lula quer concluir coalizão antes de escolher futuros cargos para cada partido, dizem peemedebistas

17/11/2006 - 17h11

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao senador José Sarney (PMDB-AP) que vai esperar o maior tempo possível para definir os cargos que caberão a cada partido da base aliada no seu segundo mandato. Os peemedebistas reuniram-se com o presidente, no Palácio do Planalto.Antes de definir nomes para a equipe de seu governo, o presidente da República quer definir a coalizão partidária que lhe dará sustentação no segundo mandato, prioridades que comporão a agenda do crescimento e, principalmente, “a preparação interna dos partidos” para que tenha respaldo na aprovação das medidas que necessitam da aprovação do Congresso Nacional.Renan Calheiros disse que Lula reúne-se "permanentemente" com sua equipe ministerial para definir o que pode ser feito para que a economia tenha o "crescimento acelerado". Ele citou, especificamente, pontos ligados a desoneração tributária e questões ambientais que possam ser conciliadas com um crescimento maior da economia.No que diz respeito diretamente ao Congresso Nacional, Calheiros disse que Lula quer o engajamento da sua base de coalizão partidária na continuidade de apreciação de reformas da Constituição como a tributária e a política. O presidente do Senado disse ainda que na conversa Lula não citou, em nenhum momento, o desejo de dar continuidade na reforma da Previdência Social.“Outros exemplos dizem respeito às regras de elaboração e tramitação da proposta orçamentária da União e as regras de edição e tramitação das medidas provisórias”, disse Renan Calheiros. Para ter apoio na aprovação das prioridades do governo no novo mandato, o presidente disse a Renan e Sarney que pretende conversar também com setores da oposição.“O presidente quer uma coalizão programática (que envolva os partidos que terão cargos no governo) mas, também, manifestou o desejo de conversar com a oposição”, afirmou. Ao defender a definição do apoio partidário a um programa de governo antes da indicação de cargos para o governo, o presidente do Senado ressaltou que “este modelo político (de troca da apoio no Congresso por cargos no Executivo) envelheceu e não dá mais para conviver com ele”.Na próxima quarta-feira (22), o presidente Lula já agendou uma reunião com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Calheiros voltou a defender a ampliação, ao máximo, das conversas com o partido para que o governo possa “agregar” o maior apoio possível no PMDB.