Representante de comunidades de fundo de pasto diz que nova comissão poderá ajudar regularização fundiária

02/08/2006 - 21h46

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Morador do município de Uauá, localizado na região de Canudos, no sertão da Bahia, Valdivino Rodrigues é um dos integrantes da Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, instalada hoje (2) em Brasília. Ele representa as chamadas comunidades de fundo de pasto, que vivem em pequenas propriedades, localizadas em terras devolutas, e obtêm renda basicamente da agricultura e da criação de cabras e ovelhas.“Em todo fundo de pasto existe uma relação dos produtores com a terra, então a terra, a caatinga é preservada, não tem cerca de arames, os animais pastam livremente de uma comunidade para a outra”, explicou. No estado da Bahia, são cerca de 20 mil famílias que vivem sob esse regime, de acordo com ele.Rodrigues faz parte da Coordenação Estadual de Fundo de Pasto da Bahia, entidade que existe há cercade cinco anos. Ele dsse esperar que, a partir de agora, com a representação na comissão, a expectativa é que as condições de vida na região onde mora possam melhorar. Uma das principais reivindicações é a regularização fundiária. “Apesar de serem áreas devolutas, ainda há uma preocupação com a permanência das famílias na terra”, ressaltou.Valdivino Rodrigues também espera que as mudanças ocorram nas áreas de saúde, educação e infra-estrutura. “Na nossa região, são poucas as estradas asfaltadas, tem asfalto, mas é precário. Onde eu moro, Uauá, é um dos municípios da região que não têm um cheiro de asfalto nas estradas”. Para ele, a participação na comissão também é importante porque dará maior visibilidade à sua comunidade.