Para presidente do TCU, parte das contas irregulares se deve a falta de informação

02/08/2006 - 17h52

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Presidente da corte que julga as irregularidades encontradas nas prestações de contas relativas a recursos federais de todo o país, o Tribunal de Contas da União, Adylson Motta, não acredita que todos os condenados pelo tribunal sejam, necessariamente, criminosos.Ele afirma que é preciso fazer uma distinção entre os nomes que constam da lista de 2,9 mil inelegíveis que o TCU entrega nos anos de eleições à Justiça Eleitoral. “Dentro dessa lista, tem pessoas decentes, honestas e bem intencionadas, que cometeram erros por falta de informação, ignorância”, diz. “Muitos dos eleitos não tem a mínima noção de administração pública, se assessoram mal e cometem erros.”Motta lembra que, para evitar esse tipo de ocorrência, o TCU tem realizado um trabalho de esclarecimento em todos os estados do país, para informar os prefeitos. “Pretendemos continuar fazendo isso”, diz ele.A falta de esclarecimento e educação, segundo ele, é também responsável pela baixa qualidade do voto no país. “Tem que educar o povo para saber escolher, estudar a vida dos candidatos, ver o que cada um fez ao longo da vida, se tem um comportamento exemplar e é capaz de nos representar”, diz o ministro. “Ele (o eleitor) deve cobrar a realização daquilo que ele tem direito.”Motta entende que, nesse sentido, o direito do analfabeto ao voto é um retrocesso.  “Eu sou contra o voto do analfabeto porque sou a favor da alfabetização”, diz ele. “Tenho convicção que o maior entrave à alfabetização foi exatamente o voto do analfabeto, a partir daí acabou todo movimento de alfabetização de adultos.”