Municípios fluminenses unem-se para combater ratos

02/08/2006 - 17h18

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O número de ratos nas cidades da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, supera o dobro do que é considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde, que é de quatro roedores  por habitante. Para conseguir baixar os índices de infestação, os municípios de Nova Iguaçu e de Queimados iniciaram hoje (2) uma operação conjunta de combate, que vai se prolongar por quatro meses.O coordenador de Controle de  Vetores de Nova Iguaçu, Sílvio Diniz, disse que a operação é inédita e que a população de ratos cresceu nas duas  cidades por falta de ações do setor e de saneamento básico. Segundo ele, Nova Iguaçu tem 10 ratos por habitante, enquanto Mesquita registra 8 por morador, conforme levantamento do Setor de Fiscalização e Combate aos Roedores do município.A operação conjunta tem o objetivo de formar um cordão de isolamento entre os bairros vizinhos das cidades para impedir a migração e diminuir o número de roedores nas regiões. O trabalho começou a ser executado na Rua Borges, em frente à ponte do Rio da Prata, que delimita as cidades. A meta é vistoriar e colocar veneno em 4 mil imóveis em Nova Iguaçu e em 7 mil em MesquitaCerca de 20 homens das duas prefeituras colocaram raticidas em tocas e distribuíram folhetos aos moradores, alertando sobre as conseqüências do acúmulo de lixo nas ruas e no rio, apesar de o local ser atendido pelos serviços municipais de coleta. “Nosso maior trabalho é o de conscientização da população quanto a esse lixo que se joga no rio, não só por problemas de enchente, mas também por ser atrativo dos roedores”, explicou Diniz.Ele informou que, até o final do ano, Nova Iguaçu implantará saneamento básico em pontos da cidade que não são atendidos pelo sistema. O trabalho será realizado com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento com contrapartida da prefeitura, que está em vias de liberação.Os ratos, que têm grande capacidade de procriação, provocam peste bubônica e leptospirose. Vivem em grupos de 10 a 20 roedores e se adaptam bem ao meio urbano, principalmente onde existe água e lixo. O camundongo é o que mais aparece nas residências e seu controle é feito por iscas. No controle externo, realizado nas tocas, usa-se raticida anticoagulante, que causa a morte do animal por hemorragia.Em 2005, Nova Iguaçu teve seis casos confirmados de leptospirose e Mesquita, três.