Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Tribunal de Contas da União, Adylson Motta,acredita que a atual percepção na sociedade de aumento dos escândalos decorrupção pode ser atribuída, em parte, ao aumento da publicidade desses casos. “Começarama surgir com mais transparência coisas que antes não eram divulgadas”, diz ele.“Hoje, como há uma liberdade maior, surgem com mais vigor esses dados.” Como formas de diminuir a corrupção e o desvio de recursospúblicos, Motta defende que seja feita uma reforma política, exigindo afidelidade partidária. “É preciso transformar o processo eleitoral num ato decidadania e não num comércio”, diz. “E precisa que a justiça aja com maisvigor, com mais severidade.” A longo prazo, avalia o ministro, só a educação será umagarantia de mudanças. “Precisa educar o povo, investir maciçamente em educação,criando um sentimento de cidadania e responsabilidade”, diz. “Aí o cidadão vaiser parceiro nosso para fazer a fiscalização, como a imprensa.” Motta acredita que a participação nas eleições também éfundamental para as mudanças. “Quem vota em branco é exatamente quem não deviavotar em branco. É aquele que pensa, que acompanha, que tem ainda o poder de seindignar, de se revoltar, de ver as bandalheiras que estão sendo feitas”, diz.“O sujeito tem a intenção de fazer um protesto, mas com esse protesto estácriando um problema maior, está ajudando o corrupto, aquele que ele não quer quevá para o poder.”