Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil tem o maior interesse na manutenção da ordemjurídica internacional, sobretudo na questão do Oriente Médio, em razão dosfortes laços culturais com a comunidade envolvida pelo conflito Israel-Líbano.Foi o que afirmou hoje o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, emexposição na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.Amorim participou de audiência pública para esclarecer oposicionamento do Brasil diante do conflito no Oriente Médio e da Rodada de Doha,negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio.O chanceler destacou que Israel teve uma “reaçãodesproporcional” no conflito, atingindo muitos civis do Vale do Bekaa, no Suldo Líbano, e “infelizmente o mundo assiste estarrecido a uma contínua escaladadas ações bélicas na área”.Diante desses fatos, “sem perspectiva de melhora imediata”no conflito, de acordo com Amorim, o Brasil tem redobrado esforços para ajudaros cerca de 8 mil brasileiros e dependentes que vivem no Líbano, apesar de oBrasil ter “capacidade de ação limitada”, por não dispor de voto nem voz noConselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).O chanceler disse que 2.250 brasileiros e libaneses compassaporte brasileiro já deixaram a área em guerra; muitos deles com ajuda deoutros países, como o caso do barco canadense que retirou mais de 70brasileiros da região. Amorim enfatizou, contudo, que cerca de 1,5 mil pessoastiveram algum tipo de ajuda do Ministério das Relações Exteriores e de umfretamento específico das companhias aéreas GOL e TAM.Depois de ouvir as críticas dos senadores à posição do presidenteGeorge W. Bush, dos Estados Unidos, de apoiar a reação belicista de Israel, oministro afirmou que o Brasil é a favor de um cessar fogo imediato na região,seguido da formação de uma força de paz internacional para garantir a ordemjurídica. A proposta brasileira reforça a apresentada pela França na ONU, queconta inclusive com respaldo do Reino Unido.