Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A mudança no perfil daocupação no Brasil é um dos fatores que contribuíram para a elevação no númerode empregos com carteira assinada entre os anos de 2000 e 2005. A conclusão édo professor de economia da Universidade de Brasília (Unb), Roberto Piscitelli.Para ele, boa parte doaumento no período, de 5,4 milhões de postos em números absolutos, se deve àconversão em ocupação registrada dos empregos de trabalhadores que não tinhamcarteira assinada. “Este já é um aspecto importante para o início de discussão”,analisou.O professor acrescentou que,embora o desempenho do país tenha ficado aquém do que seria desejável, houvecrescimento econômico, ainda que modesto, na comparação com outros paísesemergentes. “Cerca da metade da taxa média dos últimos anos”, disse.Para o especialista, énecessário prestar atenção também que até 2004, houve queda da renda real médiado trabalhador, o que começou a ser revertido a partir de 2005.Piscitelli destacou outrofator que pode explicar o aumento de empregos formais no país: as empresastiveram que se organizar mais, para participar do mercado. Por conta dasexportações, precisaram ter um padrão administrativo e contábil diferentedaquele voltado apenas para o mercado interno.O economista reconheceu,porém, que a “indiscutível” expansão no número de empregos não impediu a“relativa deterioração do nível salarial no mesmo período”.