Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Subiu para 50 o número de ataques de tubarões nolitoral de Pernambuco a banhistas e surfistas, nos últimos 13 anos. Aconstatação foi feita, ontem, com a divulgação do laudo do Instituto deMedicina Legal (IML) sobre os exames realizados no corpo de um homem encontradona semana passada, na praia Pontas de Pedra, em Goiana, a 60 quilômetros dacapital.O documento foi apresentado durante reunião do ComitêEstadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), na sede daSecretaria Estadual de Defesa Social. De acordo com o presidente do comitê,professor Fábio Hazin, o corpo permaneceu submerso por cerca de três dias, oque dificultou a identificação e a definição do local da ocorrência. Ele disseque o banhista morreu em conseqüência de hemorragia provocada por lesões aindaem vida.Hazin defende o lançamento de campanhas de esclarecimentosobre os riscos para a população local e os turistas. "Existem placas dealerta espalhadas pelas parais. Mesmo assim, o Corpo de Bombeiros registra umamédia de 70 iminências de afogamento em áreas de risco do litoral pernambucano,por mês. Isso significa que as pessoas não estão respeitando os limites e searriscam não só a ser atacadas por tubarões como também a morrerafogadas", disse.Segundo Hazin, o comitê trabalha desde janeiro de2004, na vigilância e educação ambiental, realizando estudos científicos compesca seletiva de tubarões, além de recuperação do meio ambiente. Ele lembrouque as ações vêm apresentando resultados positivos já que nos últimos 23 mesesem que o Cemit atuou foi registrada apenas uma ocorrência.O professor afirmou que no período de sete meses emque os trabalhos de monitoramento foram interrompidos houve oito ataques. ParaHazin a solução do problema passa pela conscientização da população, que deveevitar tomar banho em áreas de mar aberto, pouco povoadas e no período de maréalta e lua cheia, quando os riscos aumentam. Neste ano houve quatro ataques no litoral pernambucano, que resultaram em duas mortes.