Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - A Delegacia Regional doTrabalho do Paraná encontrou 24crianças e adolescentes trabalhando na região sudoeste do estado.Segundo o delegado Geraldo Serathiuk, quinzedeles tinham menos de 14 anos, cinco tinham entre 14 e 16 e quatro, 16 e 17anos. A ação fiscal foi realizada entre os dias 10 e 14 deste mês, em 15estabelecimentos das cidades de Chopinzinho, Pato Branco, Mangueirinha eCoronel Vivida.Serathiukdisse que os mais novostinham 7 e 8 anos de idade. O primeiro trabalhava como catador de lixo reciclável e osegundo auxiliava na montagem e desmontagem de peças de veículos. Esses meninossão de Mangueirinha, onde foram encontrados mais 11 trabalhando. Em Chopinzinhoforam sete crianças, o mais novo com 13 anos, desempenhandoa função de auxiliar de escritório. De acordo com o delegado, o adolescenterecebia R$ 100 de remuneração para trabalhar das 14h às 17h30.Em Pato Branco os auditores fiscais do Trabalho localizaram cincocrianças. A mais jovem, com apenas 9 anos de idade, trabalhava como catador depapel. Os setores fiscalizados foram mecânica, metalurgia, construção civil eempresas de reciclagem de papel. Segundo o delegado regional do Trabalho noParaná, os menores foram encaminhados ao Programa de Erradicação ao TrabalhoInfantil (Peti) e ao Bolsa-Escola.A ação foi resultado de uma parceria com a Secretaria Estadual doTrabalho e Promoção Social e Fórum de Erradicação do Trabalho Infantil e tem oobjetivo de combater a exploração do trabalho infantil que, segundo GeraldoSerathiuk, é uma das propostas da DRT para 2006.A empresa que explora o trabalho infantil está sujeita a uma multamínima de R$ 402,53 por criança empregada. O valor das multas pode ser dobradoquando a empresa já tem histórico de exploração infantil, conforme consta noArtigo 434 da Consolidação das Leis do Trabalho.