Julio Cruz Neto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As principais entidades representantes dos setores trabalhista e industrial criticaram a redução de meio ponto percentual na taxa básica de juros, 15,25% para 14,75%, anunciada hoje (19) pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Tanto a Central Única dos Trabalhadores (CUT) quanto a Força Sindical e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) consideraram a medida insuficiente, através de notas oficiais.A CUT comparou a taxa Selic com os juros cobrados de um consumidor que ganha salário mínimo e compra um sofá numa loja de consumo popular (6,21% ao mês), e defendeu que esse valor poderia cair para 3%, permitindo que se gaste o excedente “com outro bem de consumo”. Segundo a central, a taxa Selic “influencia de maneira decisiva” no crédito ao consumidor. “Juros básicos excessivos, ainda que os menores da série histórica, não combinam com sofá novo nem com crescimento econômico, geração de emprego e distribuição de renda.”A Força Sindical disse que o Copom precisa ousar mais. “Não adianta tapar o sol com a peneira e debater os fatos separadamente porque eles estão interligados. É imprescindível a criação de novos postos de trabalho para promover a justiça social e reduzir a onda de violência que tem acuado a sociedade nas últimas semanas. A oferta de empregos só aumentará com maior crescimento da economia. Para crescer é preciso ter crédito farto e barato”.A Fiesp afirmou que a taxa de juros deveria estar mais baixa, considerando o ritmo de redução da inflação, e argumentou que há “espaço para queda mais acentuada da Selic, só o BC não vê”.