''A maior arma contra o Holocausto é a paz'', defende Lula

27/01/2006 - 20h44

Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na noite de hoje (27), em São Paulo, da Cerimônia do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, promovida Congregação Israelita Paulista. No discurso, ele que "a paz é a maior arma contra o Holocausto". Segundo Lula, a execução em massa deve ser lembrada com "indignação".

O presidente classificou a tragédia como um "crime hediondo", que não pode ser repetido em nenhum lugar do mundo. Cerca de seis milhões de judeus foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial. Outros milhões de ciganos, russos, homossexuais e deficientes físicos também acabaram assassinados.

"O anti-semitismo e a expressão covarde dos mais viveres humanos instintos, nasce da intolerância, se alimenta do ódio e só leva à destruição e à morte", afirmou Lula. No discurso, ele também lembrou da audiência que concedeu a um grupo de judeus no Palácio do Planalto, no dia 10 de agosto de 2004.

"Lideranças da comunidade judaica no Brasil, estiveram no meu gabinete para assinar uma petição dirigida ao Secretario Geral da ONU, Kofi Annan. Eu nem bem li o documento e não tive dúvida de assinar. Porque achei que estava na hora das Nações Unidas lembrarem que a humanidade nunca pode esquecer do que aconteceu um dia no mundo sob os nossos olhos", contou o presidente.

O governo, segundo ele, se "perfila" com muito empenho, para manter "o país sempre alerta e punir qualquer iniciativa anti-semita, qualquer manifestação racista. De acordo com Lula, as leis e o sistema jurídico brasileiro são instrumentos importantes "de defesa da sociedade contra toda a forma de discriminação racista."

"O esforço que temos que fazer para evitar o anti-semitismo, o racismo, a intolerância e o terrorismo é muito pequeno se comparado ao preço que teremos que pagar se formos omissos e não lutarmos", destacou o presidente. Antes de terminar o discurso, na Congregação Israelita Paulista, o presidente Lula ressaltou o compromisso de todo o povo brasileiro com a "paz, a solidariedade e a convivência harmoniosa".

"Nosso país é um país modesto, é um país novo, mas uma coisa os judeus e qualquer outro povo podem ter certeza, os brasileiros sabem conviver com a diversidade. Esse sentimento está gravado nos nossos corações", concluiu.