Economista da UnB prevê aquecimento da economia em maio

27/01/2006 - 20h09

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A reduzida taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dezembro, sinaliza para um cenário econômico positivo a partir de maio. A expectativa é do professor do departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Nogueira, para quem os efeitos do maior número de empregos criados e do crescimento da renda média do trabalhador vão se refletir no consumo e na percepção das pessoas depois do quarto mês do ano. A taxa de desemprego foi de 8,3% e o rendimento médio do trabalhador cresceu 1,8%.

Mesmo que a taxa de desemprego cresça em janeiro, como ocorre normalmente depois do Natal, o ano de 2006, na opinião de Nogueira, será de boas taxas de emprego e menor desemprego. "Tem-se uma base de avaliação disso quando se olha para o crescimento do emprego em dezembro de 2005, em relação a dezembro de 2004, que foi de 6%. Além disso, acho que este ano terá um cenário que conjuga ainda uma tendência de queda de juros", analisou.

O rendimento médio do trabalhador que, em dezembro de 2005, aumentou 1,8% em relação a dezembro de 2004, também tende a melhorar ainda mais neste ano, de acordo com o professor da UnB. "O setor que mais apresentou essa melhora no salário foi o ligado ao setor de exportações e ao setor que fornece matéria-prima para as empresas exportadoras. O crescimento das exportações continua sendo uma tendência", disse.

Para Nogueira, maio será um mês em que o trabalhador vai sentir mais positivamente o impacto desses números porque já terá efetuado o pagamento de todos os impostos de início de ano, as parcelas assumidas no Natal, inclusive as de matrículas dos filhos e material escolar. "Além disso, os meses de março, abril e maio são meses de safra da maioria dos alimentos. Os preços caem, isso aumenta o poder de compra do trabalhador e, conseqüentemente, sua confiança", concluiu.