Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os partidos políticos que defendiam o fim da verticalização das coligações partidárias, segundo o deputado Maurício Rands (PT-PE), não acreditavam na possibilidade de "um placar tão folgado" para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 548/02). Para ser aprovada em primeiro turno pelo plenário da Câmara, a PEC – que pede o fim da regra da verticalização – precisava de 308 votos de deputados, mas teve, no total, 343 votos favoráveis. "Este placar nos surpreendeu", complementou Rands.
A bancada do PT não teve consenso sobre a votação da PEC 548/02, mas a orientação do líder do partido na Câmara, Henrique Fontana (RS), foi de votar contra a PEC. Dos 77 deputados petistas, 14 se manifestaram contra a orientação da bancada, ou seja, votaram pelo fim da verticalização. Após o resultado do placar, Fontana avaliou que não haverá nenhum impasse com os petistas que não seguiram a orientação do partido.
O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), anunciou, antes da votação, que a base aliada estava liberada para votar como quisesse em relação à quebra da verticalização das coligações. Chinaglia reafirmou, inclusive, que a posição pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é pela quebra da verticalização.
O deputado Maurício Rands, que votou pelo fim da verticalização, também avaliou que não haverá qualquer impasse com os petistas que não seguiram a orientação do partido. "Como a bancada não fechou questão, é natural que cada um vote de acordo com a sua consciência", disse Rands.
O PT e o PP foram os únicos partidos que orientaram a sua bancada, em plenário, a votar contra a PEC 548/2002.