Adriana Franzin
Da Agência Brasil
Brasília – A palmada significa uma agressão à criança. A afirmação é da deputada Federal Sandra Rosado (PSB/RN), relatora do projeto de lei que proíbe o castigo físico aplicado a crianças e adolescentes. Ela defendeu no programa Diálogo Brasil, exibido hoje (25), que a palmada não resolve: "as famílias que adotam essa prática estão com algum problema. Ela é a porta de entrada para violências maiores". E conclui: "O caminho é o diálogo". A deputada participou do programa no estúdio da TV Nacional, em Brasília.
Para o secretário-executivo da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA), Lauro Monteiro Filho, a palmada é um ato de covardia. "Nós temos problemas durante a vida, desavenças no trabalho e na rua e ninguém tentar mudar isso com violência física", defendeu. Monteiro Filho, disse, no estúdio da TVE Brasil, no Rio de Janeiro, que "nós temos que ser contra qualquer forma de castigo físico".
No estúdio da TV Cultura, em São Paulo, o escritor e educador Dante Donatelli, autor do livro "Quem Educa?", defendeu que a palmada educa e ajuda a entender mecanismos das práticas familiares. "Uma criança de três anos acompanha até certo ponto o raciocínio de um adulto. As crianças testam os adultos e uma palmada pode, quando aplicada sem raiva, conscientizá-la do ato", ressaltou.
Também no estúdio da TV Nacional, Adriano Facioli, psicólogo e doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de Brasília, afirmou que uma palmada, quando acompanhada pela explicação do motivo, pode educar sim. "Não existem estudos conclusivos de que a palmada cause algum dano psicológico", salientou.
O artigo 129 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe qualquer tipo de castigo físico, já foi aprovado pela Câmara. Quem descumprir a lei pode ser encaminhado a cursos de orientação familiar e tratamento psicológico e psiquiátrico.
Os debates do Diálogo Brasil foram mediados pelo jornalista Luiz Fará Monteiro. O programa é transmitido ao vivo para todo país, sempre às quartas-feiras, das 22h30 às 23h30. Os telespectadores podem participar enviando perguntas e sugestões pelo e-mail dialogobrasil@radiobras.gov.br e pelo telefone (61) 3327-4210.