Rede Norte-Nordeste de Saúde Perinatal deve capacitar médicos e reduzir mortalidade infantil

25/01/2006 - 17h15

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – De cada mil crianças nordestinas nascidas vivas, 20 morrem no primeiro ano de vida, e 50% dessas crianças morrem ainda no primeiro dia de vida. Essas estatísticas se traduzem em outro dado: a mortalidade infantil no Norte e Nordeste é o dobro da mortalidade no Sul do país. Hoje, o Ministério da Saúde lançou a Rede Norte-Nordeste de Saúde Perinatal. "O foco é tratar de maneira desigual uma situação que é desigual", diz o secretário de Atenção à Saúde do ministério, José Gomes Temporão.

A Rede parte do princípio de que o problema não está na falta de equipamentos ou unidades insuficientes, mas na capacitação de médicos. "A gente tem UTIs [Unidades de Tratamento Intensivo], tem equipamentos, tem todo o instrumental, por que tanta diferença? Precisamos investir no recurso humano", afirma a coordenadora de Saúde da Criança do ministério, Ana Cecília Sucupira.

O primeiro passo será fazer um diagnóstico do trabalho dos médicos do Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, um consultor deverá a cada um dos hospitais para ver como está o atendimento e o que precisa ser melhorado.

Para capacitar médicos e enfermeiros, a experiência do Sul e Sudeste do país será levada ao Norte e Nordeste. Os hospitais serão monitorados mensalmente. E, a cada dois meses, o supervisor volta ao hospital para verificar se as melhorias foram feitas.

Inicialmente, os nove estados da região Nordeste serão monitorados. Em uma segunda fase, a região Norte vai passar a fazer parte da Rede de Saúde Perinatal. Ao todo, R$ 1, 3 milhão vão ser investidos nas duas regiões.