Norte-americanos pedem fim à guerra do Iraque e apoio a marginalizados dos EUA

25/01/2006 - 15h57

Spensy Pimentel
Enviado especial

Caracas (Venezuela) – Ativistas norte-americanos que pedem o fim da guerra contra o Iraque e apontam o descaso do governo dos Estados Unidos com segmentos marginalizados da população daquele país aproveitaram o ato político de abertura do 6º Fórum Social Mundial, ocorrido ontem (24), para convocar os ativistas presentes a fazer denúncias e realizar manifestações mundiais.

Os norte-americanos foram convidados a falar no palco armado para a cerimônia de abertura por representarem o tema proposto para a manifestação, "Contra a guerra e o império". Também subiram ao palco representantes da Poor People's Economic Human Rights Campaign (Campanha pelos Direitos Humanos Econômicos das Pessoas Pobres), que disseram ter levado mais de 100 pessoas a Caracas com o objetivo de denunciar os diferentes tipos de exclusão social promovidos pelo governo dos EUA. Segundo a organização, são pessoas que vivem sem direito a um sistema publico de saúde, familiares de soldados mortos na guerra do Iraque, veteranos incapacitados pela guerra, sem-teto, desempregados e trabalhadores com subempregos.

"Nos tomou anos para chegar a este momento, para dizer a verdade sobre o que está acontecendo em nosso país. Hoje estamos aqui e não podem nos esconder", disse Cheri Honkala, da coordenação da campanha. "Temos mais pessoas na cadeia que qualquer outro país do mundo. Pode ser que nos queiram prender também. Mas não vão mais nos esconder", acrescentou.

Outra a falar foi a ativista Cindy Sheehan, que ficou conhecida por tentar diversas vezes tentar se encontrar com o presidente norte-americano, George Bush, a fim de pedir explicações sobre que "causa nobre" teria levado à morte de seu filho como soldado na guerra do Iraque.

Ela chegou a acampar perto do rancho de Bush e foi presa em frente à Casa Branca. "Ele não saiu para me conhecer. A primeira razão é porque, pessoalmente, é um covarde. É um dos maiores covardes do mundo inteiro. Mas há outra razão: invadir outro país e matar gente inocente, e enviar nossos jovens para matar e ferir pessoas inocentes não é uma causa nobre. Iniciar uma guerra por petróleo não é uma causa nobre", afirmou.

Cindy pediu que Bush seja processado internacionalmente por crimes contra a humanidade. "Queremos que nossos filhos regressem a nossas casas de imediato", disse, em alusão aos soldados norte-americanos no Iraque. Em seguida, em castelhano, puxou o coro com os participantes do Fórum: "No a la guerra!".