Norte-americanas colhem assinaturas contra guerra no Iraque para levar a embaixadas dos EUA

25/01/2006 - 13h55

Andre Deak
Enviado especial

Caracas (Venezuela) – Norte-americanas integrantes dos movimentos Women Say No to War (Mulheres Dizem Não à Guerra) e Code Pink Alert (Código de Alerta Rosa), que participam do 6º Fórum Social Mundial, pediram ontem (24), em um breve discurso após a marcha de abertura do evento, assinaturas contra a guerra do Iraque para levar às embaixadas dos Estados Unidos em todo o mundo no Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. O apelo se repetiu hoje (25), durante uma coletiva realizada no Hotel Hilton, onde está localizado o centro de imprensa do Fórum.

"Estima-se que, para cada soldado americano morto no Iraque - cerca de dois mil até o momento – entre 30 e 40 iraquianos morrem", disse a ativista Cindy Sheeham, uma das mães norte-americanas que perderam filhos na guerra. "Quantos deles são crianças? E quantas crianças morrem no mundo por conta de nossa política?", questionou.

Na coletiva também estava o mexicano Fernando Suárez, que também perdeu um filho conflito contra o Iraque. Desde então, ele se tornou um ativista contra a guerra e também contra o governo do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. "Meu filho morreu no sétimo dia dessa guerra, foi o primeiro mexicano a morrer nela. Morreu pisando em uma cluster bomb, uma arma proibida pela Convenção de Genebra, que os Estados Unidos usam, mas não admitem. Disseram para mim que ele foi baleado por iraquianos", contou.

Medea Benjamin, outra ativista do Code Pink Alert, afirmou que "os meios de comunicação não dão a cobertura correta sobre o movimento pacifista dos Estados Unidos". Segundo ela, não são apenas as famílias dos soldados mortos que se opõem à guerra, mas há resistência dos próprios jovens. Como exemplo, a organização feminista levou a Caracas Pablo Paredes, o primeiro jovem a se recusar a ir à guerra. "Fiz o que pude para chamar a atenção da mídia, mas nada aconteceu", disse.

As mulheres do Code Pink Alert pretendem conseguir 100 mil assinaturas em seu site (www.codepinkalert.org) até 8 de março, para o movimento que batizaram de Chamado das Mulheres pela Paz.