Andre Deak
Enviado especial
Caracas (Venezuela) – Três parques de Caracas, cidade sede da 6ª edição Fórum Social Mundial, estavam reservados para os tradicionais Acampamentos da Juventude, mas nem mesmo o primeiro ficou lotado. Com espaço para abrigar mais de três mil pessoas, até ontem (24), dia da abertura oficial do Fórum, apenas 1,5 mil pessoas se aventuraram a ocupar barracas.
Os números são do coordenador do Corpo de Bombeiros no acampamento do Parque Venício Adames, capitão José Antônio Vargas. "O clima fez muita gente desistir. Quase todos saíram do Parque Los Caobos, porque juntava muita água de chuva no terreno, que é ondulado", disse. Apenas cerca de 100 pessoas acampavam em Los Caobos, que fica ao lado do Teatro Teresa Carreño, onde se concentram muitos dos eventos do Fórum.
A brasileira Janaína Almeida, que chegou a Caracas em um dia sem chuva junto com os integrantes do Movimento Passe Livre de Fortaleza e do Centro de Mídia Independente, foi uma das poucas que escolheu Los Caobos. "Aqui está melhor [que o último Fórum Social Mundial de Porto Alegre]. Banho individual, banheiros limpos. Porto Alegre estava muito cheio e fazia muito sol", contou.
No Parque Venício Adames, a pouca quantidade de campistas também trouxe algum conforto, apesar de estar localizado quase fora de Caracas, ao pé das montanhas que cercam a cidade, e, pela altitude, ter mais frio e neblina. Ao todo, 450 homens do governo estavam à disposição dos altermundistas - como também são chamados os participantes do Fórum. Médicos de Cuba, motoristas e soldados do exército que ajudavam na construção das duchas, policiais e membros da defesa civil, entre outros. Uma curiosidade: a pedido dos participantes do acampamento, a polícia não circulava fardada, mas à paisana. Quem optou por acampar no Acampamento da Juventude de Caracas pagou US$ 7, com direito a shows de rock, reggae e salsa.