Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio – A Polícia prendeu hoje (24) quatro pessoas durante reconstituição do desaparecimento dos oito jovens de Vigário Geral, zona norte do Rio, ocorrido em dezembro do ano passado.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, que acompanha os trabalhos policiais, dois homens e duas mulheres – supostamente ligados ao tráfico de drogas – estariam coagindo os participantes da reconstituição.
A busca dos corpos dos oito jovens em um rio entre as favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas, que seria realizada hoje, foi cancelada porque os equipamentos que fariam a dragagem não conseguiram chegar ao local. Uma nova operação será planejada a partir de amanhã.
Oito jovens moradores de Vigário Geral desapareceram em 13 de dezembro do ano passado. A polícia acredita que eles tenham sido executados por integrantes de uma quadrilha de Parada de Lucas, rival de Vigário. Mas, até agora, nenhum dos corpos foi encontrado.
A Polícia Militar fará uma reunião amanhã com lideranças comunitárias e organizações não-governamentais para discutir a instalação de um centro de cidadania no posto de policiamento comunitário que fica entre as duas comunidades. O centro deverá oferecer cursos, assistência médica e social.
Mas a presidente da Associação de Moradores de Vigário Geral, Neide de Souza, teme que esse projeto não seja levado adiante, como tantos outros que já propuseram implantar nas favelas. "Projetos têm começo, meio e fim. Mas as pessoas esquecem desse detalhe. Só vou saber se esse projeto realmente estará somando tanto quanto se espera, no decorrer dos acontecimentos", disse.
Segundo Neide, o maior receio é que as pessoas deixem de usar os serviços que serão oferecidos pela Polícia Militar porque o posto de policiamento fica justamente no limite das comunidades de Vigário Geral e Parada de Lucas, que seriam dominadas por quadrilhas rivais.