São Paulo, 24/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - Aposentados e pensionistas fizeram hoje (24), Dia do Aposentado, passeata pelas ruas do centro de São Paulo para marcar o início da primeira Campanha Salarial Nacional dos Aposentados. O objetivo da campanha é reivindicar que todas as aposentadorias e pensões sejam reajustadas este ano pelo mesmo percentual de aumento do salário mínimo.
A passeata teve início em frente ao prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e terminou na quadra do Sindicato dos Bancários, na região central da cidade, onde houve ato político seguido de apresentações de grupo musicais formados por aposentados.
De acordo com o secretário nacional de comunicação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas (Sintap), ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), Epitácio Luiz Epaminondas, nenhuma aposentadoria ou pensão pode ser inferior ao salário mínimo, mas aquelas que ultrapassam o mínimo se desvalorizam com o tempo, por serem reajustadas com base em percetuais menores.
"Há exemplos de pessoas que se aposentaram em 1992 com 11 salários mínimos. Hoje essas pessoas estão recebendo quatro salários. Isso é um absurdo. Então, não pode acontecer dessa forma. Nós temos que achar uma forma onde haja equilíbrio para essa questão. E hoje não há esse equilíbrio e nem essa discussão", disse Epaminondas.
Segundo ele, a correção das aposentadorias e pensões não acompanha os reajustes do salário mínimo, porque é baseada nas correções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). "Não tem nenhum ganho real com isso, porque eu tenho só o INPC e o salário mínimo tem um aumento real acima disso. Quer dizer, durante toda a vida eu paguei com base no salário mínimo, hoje, quando recebo, é com base em salário benefício que corresponde ao INPC".
Epaminondas informou que os aposentados pediram uma audiência com o ministro da Previdência Social, Nelson Machado, para discutir a reposição das diferenças dos últimos 10 anos e uma nova política de correção dos salários, para que não fiquem abaixo do mínimo. "Isso porque a cada aumento do salário mínimo sobra um resíduo. Nós queremos abrir a discussão em cima disso e saber como ficará daqui para a frente". Além disso, eles reivindicam melhoria do atendimento nos serviços de transporte, saúde e habitação, e nos postos do INSS.