Brasília, 24/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), confirmou, há pouco, a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reajustar o salário mínimo dos atuais R$ 300 para R$ 350 a partir de abril. Chinaglia também confirmou a correção da tabela do Imposto de Renda em 8%. Neste momento, Lula está reunido com representantes das centrais sindicais para comunicar a decisão.
Na reunião, também será assinado protocolo de intenções em que o governo e os trabalhadores se comprometem a dar início a uma política permanente de valorização do salário mínimo.
A proposta do novo mínimo será encaminhada para votação no Congresso Nacional. "Quando a base aliada vê o presidente propondo um reajuste de 13% de aumento real, levando em conta a situação do país, aplaude e até comemora. Acreditamos que, com diálogo com a oposição não teremos dificuldade em aprovar o maior salário mínimo dos últimos 25 anos", comentou Chinaglia.
Segundo os cálculos do governo, o reajuste do mínimo e a correção da tabela terão impacto de R$ 6,6 bilhões no Orçamento. De acordo com o relator do Orçamento, deputado Carlito Merss (PT-SC), parte desse dinheiro já foi encontrada com a última estimativa feita. Segundo Merss, será preciso remanejar R$ 700 milhões para cobrir o reajuste. "Acho que a Comissão Mista de Orçamento vai encontrar mecanismos para viabilizar a proposta", afirmou Chinaglia.
Estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicam que é de 12,07% o aumento real do salário mínimo (descontando a inflação), com o reajuste de R$ 300 para R$ 350. O Dieese fez a projeção considerando a inflação de 4,1% no período entre 1º de maio de 2005 e 31 de março deste ano.
Ainda de acordo com as estimativas do Dieese, o salário mínimo passará a ter, em abril, poder de compra equivalente a 1,91 cestas básicas. Na série histórica realizada pelo Dieese, da relação entre as médias do salário mínimo anual e da cesta básica, esta é a maior desde 1979.