Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de anunciar o reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 300 para os R$ 350, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o governo Lula vai retomar, já no próximo mês, com as centrais sindicais a negociação para fortalecer, a longo prazo, a politica do salário mínimo. Ele garantiu que essa política será elaborada com base na sustentabilidade, sem prejudicar as prefeituras, que alegam falta de recursos para cobrir os reajustes anuais no valor do minimo.
"O presidente Lula tem falado o tempo todo: nós não cometeremos nenhuma irresponsabilidade que coloque em risco a saúde financeira e econômica do país", disse Marinho, em coletiva à imprensa. Ele ressaltou que o aumento de R$ 50 no valor do minimo está "em perfeita sintonia" com as condições reais do país.
Se por um lado o reajuste do minimo vai gerar impacto nas contas das prefeituras, assim como nas da União e dos Estados, conforme admitiu Marinho, junto com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o novo mínimo também vai injetar recursos na economia à medida que o trabalhador passa a consumir em maior número.
Indagado se estaria satisfeito com o novo valor enquanto líder sindical, o ministro respondeu: "Depende. É claro que o salário minimo no Brasil não é suficiente, mas se for considerar que o governo anterior ficou oito anos e não fez muito neste sentido e o atual governo está projetando uma política permanente de valorização do mínimo, eu diria que sim. Então depende de qual abordagem se faz".
Ainda com relação ao fato de as prefeituras alegarem dificuldade em cumprirem a Lei de Responsabilidade Fiscal, em função do novo aumento, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, também lembrou que qualquer reajuste no mínimo gera arrecadação de tributos indiretos para os municípios. Dilma participou, junto com Luiz Marinho e Paulo Bernardo, do anúncio do novo valor do minimo.
Agora, para entrar em vigor, o novo valor do mínimo precisa ser aprovado no Congresso Nacional. Marinho disse que os líderes da base se comprometeram em entrar em sintonia no sentido de aprovar a proposta no Congresso Nacional.