Caracas terá seis dias de Fórum Social Alternativo, contra política venezuelana

24/01/2006 - 10h18

André Deak
Enviado especial

Caracas (Venezuela) – Além da edição americana do 6º Fórum Social Mundial (FSM), a capital venezuelana recebe também um Fórum Social Alternativo (FSA), que começou na segunda-feira (23) e vai até domingo (29). Um dos organizadores, Rafael Uzcátequi, explicou que o FSA foi uma resposta à institucionalização do FSM e à política venezuelana.

"Desde o início percebemos que o Fórum seria muito próximo do governo. A organização foi muito vertical, sem possibilidade de discussão. Então resolvemos fazer algumas atividades por conta própria", disse Uzcátequi."Em teoria, queríamos revitalizar alguns movimentos sociais, mas a curto prazo queremos simplesmente que as pessoas que viessem de fora tivessem a opção de assistir discussões que não serão vistas no Fórum."

O FSA garante participação de figuras internacionais, como John Holloway, que cunhou a expressão "mudar o mundo sem tomar o poder", título de um de seus livros. Palestrantes vieram do Uruguai, Equador, Argentina, Cuba, Brasil e Estados Unidos. Há, inclusive, uma chechena que falará sobre militarização e a esquerda na Rússia.

A programação conta com projeções diárias de documentários independentes e debates, que ocorrerão em escolas e faculdades de Caracas. Entre os temas, por exemplo, novos movimentos sociais, políticas de energia e indígenas, meio ambiente e o socialismo no século 21.