"América unida para competir com os centros de poder", defende vice venezuelano

24/01/2006 - 9h52

André Deak
Enviado especial

Caracas (Venezuela) – O vice-presidente da República Bolivariana da Venezuela, José Vicente Rangel, considera "importantíssima" a integração que se desenvolve com países como Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, além dos países andinos. "Somente fortalecendo uma América unida, livre e democrática é que se pode competir com os grandes centros de poder do mundo. Isso é a Alba, ao contrário da Alca", disse Rangel em entrevista à Agência Brasil .

Ele referia-se às siglas da proposta norte-americana de Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e à proposta venezuelana de Alternativa Bolivariana para a América (Alba). Segundo Rangel, a integração é o centro da política internacional da Venezuela: "Antes a Venezuela olhava para o norte. Agora, estamos olhando para o sul. Para nós, não há política exterior que não seja uma política de integração. E estamos praticando, não é apenas retórica."

Entre os projetos dessa fase "prática", o vice-presidente citou o gasoduto que poderá ser construído passando por vários países, da Venezuela à Argentina, um banco de desenvolvimento latinoamericano, em fase de análise, e o projeto de integração da Telesur, um canal de televisão sul-americano. Na entrevista, José Vicente Rangel respondeu as críticas da oposição, para quem a Venezuela investe dinheiro em projetos internacionais e faz pouco pelo próprio país.

"O que dizem os inimigos da integração é que estamos dando dinheiro de presente a outros países, ao invés de investir internamente. Não se trata de dar presentes: estamos submetendo a integração a uma ajuda racional, que se reverte em produtos desses países para a Venezuela", defende Rangel.