São Paulo, 25/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou hoje (25) que o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílos (Pnad-2004) indica o início de um processo de distribuição de renda no país. Segundo ele, o maior equilíbrio nas remunerações pode ser notado a partir dos dados do estudo, que mostram que os maiores salários baixaram, e os menores, aumentaram.
"Existe um processo de retomada da valorização real dos baixos salários. Se você lembrar em janeiro de 2003 o preço do cimento, do arroz, do feijão, do gás, nós vamos chegar à conclusão de que os baixos salários tiveram, de fato, um ganho no poder de compra", disse. E destacou que o impulso dado ao crescimento dos menores salários ocorreu devido ao aumento do salário mínimo.
Sobre a proposta do relator do Orçamento 2006, deputado Carlito Merss (PT-SC), de aumentar o salário mínimo para R$ 340, o ministro disse que esse seria "um ponto de partida muito interessante". Reprovou, no entanto, a adoção de um salário mínimo de R$ 400. E justificou: "O orçamento brasileiro não terá condições de absorver um crescimento dessa magnitude"..
O ministro ressaltou, no entanto, que uma política de valorização do salário mínimo em longo prazo é mais importante do que a discussão do valor. Segundo ele, em 2006 o governo deverá propor uma nova política de reajuste, com abrangência maior que a de um mandato presidencial.
"Nós pretendemos oferecer ao Congresso Nacional, até março ou abril, um Projeto de Lei estabelecendo essa política", afirmou.