Maior expectativa de vida justifica aumento no número dos que moram sós, diz antropóloga

25/11/2005 - 20h33

Rio, 25/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - Um em cada dez brasileiros morava sozinho no ano passado. Este é um dos dados apontados pela Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad-2004). Para a antropóloga Mírian Goldenberg, o envelhecimento da população, especialmente a maior expectativa de vida das mulheres frente aos homens, pode ser uma das causas deste número significativo. "As mulheres vivem mais, e ao ficarem viúvas, acabam morando sozinhas, já que seus filhos em geral constituíram uma nova família", explicou.

Segundo Mirian Goldenberg, outro fator importante para se entender esse número é a "crescente individualização da sociedade brasileira". Na avaliação dela, o fenômeno começou a ocorrer bem mais tarde que nos chamados países do Primeiro Mundo. "As pessoas querem ter a sua casa, a sua independência. Esse é um conceito que cada vez mais vem sendo valorizado no país. A tendência é que com o maior desenvolvimento da economia brasileira, a população procure cada vez mais morar só, como já ocorre muito nos Estados Unidos e na Europa", disse.

O desejo de independência foi o que motivou a professora universitária Sandra Costa, de 32 anos, a morar sozinha. Ela contou que saiu da casa dos pais há sete anos. "Quando eu completei 25 anos, achei que estava na hora de ter o meu espaço, planejado do meu jeito. Ter uma casa só sua aumenta até a auto-estima", argumentou.