Pochmann defende papel do estado no desenvolvimento e diz que não acredita em "terceirizações"

25/11/2005 - 18h48

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O economista e professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Márcio Pochmann, defendeu, hoje, a maior presençado Estado na economia como instrumento para a geração de mais empregos. "Temos que ter uma política pública decente, não acredito nas terceirizações", afirmou o economista durante exposição num seminário promovido no Senado em homenagem ao economista Celso Furtado.

Pochmann lembrou que os países desenvolvidos implementaram uma política pública onde para cada 10 empregos gerados, seis proviam de gastos do Estado. No caso do Brasil ele disse que, em 1980, o Estado respondia por 12% dos trabalhadores ocupados. Este percentual, segundo ele, chegou a 8,2% em 2002.

Na sua exposição ele disse, ainda, que estudos mostram que os países que mais investiram em tecnologia conseguiram bons resultados na geração de empregos. Segundo ele, em 1979 os sete países mais desenvolvidos do mundo (G-7) tinham índices de desemprego que oscilavam na casa dos 32%. Estes países, acrescentou, investiram macivamente no desenvolvimento tecnológico e, em 2002, este percentual caiu para 11%.

Na opinião de Pochmann, o Brasil tem, neste momento, uma oportunidade única de utilizar o desenvolvimento tecnológico como instrumento geração de empregos. O economista ressaltou o fato do Brasil ter perdido a oportunidade na década de 80 quando da discussão sobre a abertura do país para a informática. Agora, acrescentou, o país tem a chance de se lançar como pioneiro em pesquisas na área de biotecnologia, um novo mercado que começa a ser disputado pelas nações.