Pesquisa mostra dificuldades que mulher enfrenta no mercado de trabalho

25/11/2005 - 19h16

Aline Beckestein
Repórter da Agência Brasil

Rio – Mais da metade das mulheres brasileiras estava desempregada no ano passado, segundo aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2004, divulgada nesta sexta-feira. Este problema afeta também a carioca Eliane de Souza, de 45 anos. Ela contou que já trabalhava como auxiliar de escritório, na cidade do Rio de Janeiro há 15 anos, quando foi despedida em setembro do ano passado.

Solteira e sem filhos, Eliane foi morar na casa das irmãs e hoje busca empregos em várias áreas, mas ainda não conseguiu nada. "Eu mandei currículo para vários lugares e estou aceitando qualquer proposta. Não sei se é por causa da minha idade, mas está difícil arrumar emprego".

Gráfico: percentual de famílias residentes em domicílios particulares, cujas pessoas de referência economicamente ativas eram do sexo masculino

Outro dado apontado pela Pnad 2004 é que as mulheres ganham cerca de um terço a menos que os homens. A metalúrgica Marlene Messias, de 46 anos, trabalha com auxiliar de produção em uma indústria. Ela disse que ganha R$ 600 por mês, enquanto que os colegas homens, que fazem o mesmo trabalho que o seu, recebem R$ 700. Embora o piso salarial seja o mesmo, Marlene disse que os homens são promovidos com mais freqüência que as mulheres.

"Nós somos mais discriminadas no trabalho. Os chefes alegam que a mulher não pode carregar peso, e os homens sempre ficam com as promoções. E eu como mulher acabo ficando para trás", disse.