Participantes da 3ª Conferência da Saúde do Trabalhador pedem cumprimento das leis

25/11/2005 - 12h10

Danielle Coimbra
Da Agência Brasil

Brasília – Cerca de mil delegados estão presentes na 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, que acontece em Brasília até domingo (27). São trabalhadores rurais e urbanos, além de médicos, peritos da Previdência Social e fiscais do Ministério do Trabalho, entre outros. Cada um traz propostas para a melhoria da saúde do trabalhador em seus municípios e estados.

O secretário do Sindicato dos Empregados de Asseio e Conservação do Rio de Janeiro e delegado na conferência, Olímpio Barroso dos Santos, diz que espera que, com o evento, as leis relacionadas ao trabalhador sejam efetivamente cumpridas. "Eu busco realidade porque as leis existem e não são cumpridas. Nossos trabalhadores sofrem acidentes e as doenças não são reconhecidas como de trabalho, como ocupacionais", afirmou.

Olímpio explica que a principal causa de afastamentos no trabalho entre os membros de seu sindicato são as Lesões por Esforços Repetitivos, as chamadas LER. "Nossos trabalhadores estão se acabando porque carregam muito peso". Outro ponto enfatizado por ele é a questão dos trabalhadores informais, que não conseguem provar que são ocupacionais as doenças que têm e lutam pela aposentadoria.

Creusa Martins de Oliveira, integrante da Associação dos Funcionários do Hospital Fernanda Dutra, no Rio de Janeiro, afirma que veio até Brasília em busca de conquistas, ações e interação sobre a questão da saúde do trabalhador. "Queremos universalizar essa questão, porque a saúde do trabalhador é de suma importância, já que todos somos trabalhadores. Seja os funcionários públicos, da iniciativa privada ou do mercado informal".

Segundo Creusa, no Hospital Fernanda Dutra, ainda é precário o atendimento a pessoas que apresentam acidentes de trabalho. "Temos trabalhadores com problemas graves de saúde, de doenças severas que não têm acompanhamento e não são respeitados", diz. Creusa está confiante em relação à conferência. "Temos certeza que vai sair alguma alternativa para começarmos a encaminhar os problemas de saúde do trabalhador".

A conselheira municipal de Castanhas (AM), Valdenora Lopes da Silva, diz que está na conferência para defender as propostas para o seu município. "Temos muitos problemas em relação à saúde do trabalhador e não temos apoio suficiente do governo para resolver a questão", afirmou. Já o indígena Bemoro Metuktire, da comunidade Kaiapó (MT), diz que está representando seu povo na conferência. "Temos uma associação composta apenas por índios que tomam conta dos recursos que recebemos em convênios para a saúde de nossa comunidade", diz.