Fila só diminui com mais funcionários trabalhando mais tempo, opinam segurados do INSS

25/11/2005 - 12h58

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Às sete horas da manhã, a fila em frente à agência central da Previdência Social no centro da cidade era de 150 pessoas. Como "só abre das 8 às 14 horas, é esse acúmulo de pessoas", disse a dona de casa Cléia Fernanda de Freitas, grávida de nove meses. Ela afirmou ter passado duas horas na fila, das sete até as nove horas da manhã, e reclamou não ter sido atendida preferencialmente. Assim como ela, outros segurados também sugeriram o tempo maior de funcionamento e mais funcionários como forma de diminuir as filas.

Cada um dos segurados que compareceram à agência central da Previdência hoje (25) em Brasília recebeu a informação de que, a partir desta sexta-feira, o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão lançando o Programa de Gestão do Atendimento (PGA-Brasil), cujo objetivo é reduzir filas nas agências e acelerar a análise dos processos de pedidos de aposentadoria, pensão e demais benefícios.

O PGA começa a ser implementado em 65 unidades de todas as regiões do país, sendo 30 agências e 35 gerências. A rede de atendimento ao público da Previdência Social tem, atualmente 1.164 Agências, entre as quais estão 78 unidades móveis (PREVMóvel).

Na opinião do mecânico de máquinas pesadas e ex-funcionário de uma fábrica de cimento, Nenizarque Vieira, que esteve na fila durante três horas para dar entrada no benefício da aposentadoria por invalidez, a promessa do presidente Lula de trabalhar para diminuir as filas do INSS "é uma promessa antiga que já vem sendo feita pelo presidente da República e pelos órgãos e não estão sendo cumpridas".

Vieira sugere às autoridades levarem mais a sério as decisões do presidente da República. "Acho que não estamos sendo levados a sério. Acho que estão brincando com a sociedade e isso é um desrespeito com o povo".